Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

A VERDADE SOBRE A VIDA NÃO É TÃO ASSUTADORA

Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”

– Há alguma regra com relação à idade? Por exemplo, uma criança entre 9 e 12 anos deveria receber mais informações sobre o reino animal, enquanto crianças mais velhas deveriam aprender mais sobre fenômenos sociais?
– É claro! Isso é natural! A cada idade os mesmos objetos são estudados diferentemente. As crianças estão mais familiarizadas com plantas e animais do que os adultos, porque essas coisas estão mais próximas delas. É claro, tudo depende da idade.
Por exemplo, recentemente nós tivemos crianças visitando uma fábrica que produz remédios. Isso é muito interessante! Isso envolve física, química, biologia e mecânica. Isso envolve processar materiais, bem como discernir que ingredientes são necessários para quais remédios e por quê.
À primeira vista, a fábrica parece uma pequena construção, mesmo as fábricas farmacêuticas não são usualmente grandes. Tudo lá é automático, com ingredientes sendo derramados um por um. Depois eles são misturados, as pílulas são agitadas e saem pré-embaladas. Os trabalhadores de lá, então, falam sobre esses medicamentos e como são usados: que são para dor de cabeça ou para alguma outra coisa. E tudo é mostrado a você na prática.
As crianças recebem a impressão correta dessa experiência. Elas entendem imediatamente que há uma quantidade enorme de profissões envolvidas aqui, integradas umas às outras, envolvendo mecânica, eletrônica, química, biologia e assim por diante.
Isso, entretanto, não é adequado para crianças pequenas. É mais apropriado para adolescentes sérios.
– Nós tivemos uma experiência importante, quando perguntamos às crianças de 9 a 13 anos se elas gostariam de fazer uma excursão à prisão…
– Eu estava apenas começando isso. Elas não deveriam aprender apenas a partir de fenômenos positivos. Nós planejamos levar as crianças precisamente a lugares como prisões e centros de reabilitação. Definitivamente, nós precisávamos mostrar isso a elas, e isso foi feito frequentemente! As crianças têm de reter impressões de todas as facetas da vida e assim formar uma atitude distinta.
Afinal, todo o problema é que a criança não sente as implicações de suas ações negativas. Se ela sentisse antes, então nós poderíamos tratá-la como um adulto.
Por que nós temos tal atitude compassiva para com as crianças? Porque elas não podem ver ou predizer o futuro. É por isso que nós dizemos que elas não podem ser responsabilizadas por suas ações.
Quando, porém, uma criança observa as consequências das ações negativas de outra pessoa, como alguém sendo preso, ou adoecendo, ou não conseguindo superar seu vicio em drogas ou álcool e vê o que acontece com essa pessoa: que teve câncer no pulmão por fumar, ou outra que morreu porque caiu do telhado, então nós podemos lhe ensinar a partir de exemplos de outros para “Considerar as consequências”. Dessa forma nós a resguardamos de repetir essas ações ou erros.
Nós não começaremos a tratar as crianças como adultos até que elas vejam essas coisas. Elas, porém, já se tornarão adultas.
– A partir de qual idade nós podemos começar a envolver uma criança nesse processo de observação de coisas negativas, tal como levá-la a um centro de traumatologia infantil, onde seus pares estão hospitalizados?
– Com a mesma idade que seus pares hospitalizados. Com 5 ou 6 anos elas já irão entender isso. “Olhe aquele menino. Deixe-o contar o que ele fez. Oh, ele pulou sobre um portão, e aquele escalou o telhado, e aquele foi atropelado por um carro e agora está com um braço ou uma perna engessada”. Você sabe que lição para a vida é isso!? É claro, nós deveríamos tomar cuidado com lesões sérias, tais como a perda de um olho ou um braço. Isso tem de ser feito muito gradualmente, mas eventualmente todas as consequências negativas deveriam ser mostradas.
E quando ficarem um pouquinho mais velhas, elas poderão visitar uma maternidade e assim por diante. É isso, nós temos de mostrar a todas elas a vida em sua forma apropriada. O que isso acarretará? Isso irá ajudá-las a interagir corretamente e a se colocar apropriadamente em relação a todas essas consequências.
– Eu penso que é aí que muitos pais deveriam perguntar: “Nós não iremos assustar ou até mesmo paralisar uma criança com essa verdade sobre a vida?”.
– Nós, porém, não estamos, gratuitamente, dizendo a uma criança: “Hoje nós vamos visitar um hospital e olhar alguns braços e pernas quebrados”. Nossas crianças estão em um processo constante de formação, em um processo contínuo de entendimento acerca delas mesmas e do mundo, e em uma constante discussão sobre tudo ao seu redor. É por isso que nós podemos ver a ordem em que podemos mostrar isso para elas, para que tudo seja percebido da maneira correta.

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