Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Transforme todo o mundo circundante em uma “Mãe”

Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”

-A criança tem necessidade de sempre retornar ao mesmo lugar. Às vezes ela brinca num território neutro e então ela quer voltar, para mergulhar naquela sensação novamente. Adultos também fazem isso.
-Nós queremos retornar para nossas mães. Isso é natural. Está infiltrado em nossa natureza. Mas como podemos fazer o ambiente, que se expande constantemente à nossa volta, tornar-se nossa “mãe”? Mesmo que se expanda e absorva mais e mais imagens estranhas, como podemos fazer com que o ambiente permaneça tão amigável, amoroso e confortável para nós como o útero, onde nos desenvolvemos e pelo que continuamos a ansiar, semelhante a uma criança que corre para se esconder embaixo das saias de sua mãe?
-Temos de aprender como transformar o ambiente circundante em um “útero”. Se nós criarmos um ambiente que tenha as qualidades de doação e amor, ele será mesmo como uma “mãe”.
Em princípio, é isso o que o grande mandamento fala: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Você foi feito para sentir instintivamente o que é uma mãe ─ o lugar mais seguro, mais gentil do mundo. Você pode já ser um adulto, mas ainda aspira instintivamente por esse sentimento como uma criança.
Façamos, então, com que o mundo seja dessa maneira!
– As pessoas realmente anseiam por isso. O que você está descrevendo parece maravilhoso, mas soa irreal.
– Temos de pensar a respeito e fazer com que aconteça. Por outro lado, nossa natureza nos obriga a alcançar isso de qualquer maneira. O mundo está começando a ser revelado como um sistema global integrado. O que isso significa? Significa que o mundo está nos forçando a tratar uns aos outros da mesma maneira que nossas mães nos tratam. Juntos, então, adquiriremos precisamente esse estado de ser “dentro do útero materno”.
-Você está dizendo que a globalização que tanto assusta as pessoas é na verdade uma “mãezona carinhosa” em nosso caminho?
-Isso é uma revolução, e como nós a atravessaremos depende somente de nós. Nós podemos atravessá-la de um jeito prazeroso, juntando nossos esforços, entendendo para onde estamos indo, ou atravessaremos isso completamente desorientados, como uma criança que perdeu sua mãe. A Natureza nos forçará a criar uma sociedade que corresponda exatamente à imagem de nossa mãe, a Natureza, “Mãe Natureza”.
– Geralmente, é muito difícil para a mãe, quando um filho adquire independência, porque a necessidade de ficar perto dela diminui.
-Numa educação ideal, quando o filho começa a querer se separar da mãe, na proporção em que ele deseja isso, ele deveria construir um ambiente ao seu redor (com nossa ajuda), o qual a substitui, e, gradativamente, transferir essa função para a sociedade a volta dele.
A Natureza tem organizado as coisas de maneira que os filhos se separem de suas mães. Isso é inevitável. Temos somente de fazer com que o mundo circundante substitua a mãe de cada filho, mas precisamente no nível em que o filho tenha a atitude correta em relação ao mundo à sua volta.
Uma mãe aceita seu filho, não importando o que ele seja. Ele é dela. E para o mundo, ele “é do mundo” ou “não é do mundo”, dependendo do quão corretamente ele trate o mundo. Temos de criar um ambiente que ensine à criança a atitude certa em relação ao mundo. O mundo, então, substituirá sua mãe para ele.
A mãe é uma mãe para o corpo da criança, enquanto o mundo é uma mãe para o ser humano numa pessoa, quando ela forma a imagem certa fora de si mesmo. No nível em que ela “ainda é uma pessoa”, isto é, na medida em que ela ainda não vive em doação e amor ao próximo, o mundo se relacionará com ela diferentemente, não como uma mãe.
– Uma das definições de distúrbios psicológicos é hipersensibilidade em relação a si mesmo e falta de sensibilidade em relação ao mundo externo.
Se criarmos essa estrutura, nós criaremos crianças mais saudáveis de alguma maneira?
O mais importante, eles serão saudáveis no sentido espiritual. E, naturalmente, isso será expresso em seu bem-estar físico.

Publicado em Artigos