Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

A Qualidade Superior do Colectivo

Do livro “A Psicologia da Sociedade Integral”

– Quando a unificação certa ocorrer e as crianças criarem um espaço unificado, será que a nova informação é revelada automaticamente? Ela já está presente neste campo ou é transmitida com a ajuda de pessoas que estão mais preparadas, os educadores?

– O colectivo tem uma qualidade especial: Quando pessoas separadas se unem em “um todo,” elas revelam a união das suas oposições.

Isto contém dentro de si uma qualidade completamente nova, uma vez que nenhum dos indivíduos tem união dentro dele. Esta nova qualidade é formada entre eles, ou acima deles e cada membro do colectivo participa em criá-la. Se uma pessoa não faz esforços e não se outorga a si mesma a esta união, então ela não existe nela.

Sucede-se que cada pessoa se sintoniza nesta união e a adquire-a na máxima medida sem a dividir em partes. E graças à sua contribuição para este campo comum, desejo comum ou aspiração, através da integração cada pessoa começa a sentir união e um novo nível de percepção.

Percepção através da integração é completamente oposta da percepção egoísta e individual. Uma pessoa que a tem sente e percepciona o mundo de uma maneira ligeiramente diferente.

Quando ela se torna incluída nas outras, é como se ela fosse composta delas. Ela sente-as dentro dela e experimenta a união comum. Ela também sente o mundo dentro dela e a percepção do mundo depende das qualidades dela, inclinações, estado, humor, atitude para o mundo e para si mesma. Isto é, ela subitamente começa a entender que o mundo não existe no exterior, mas dentro dela.

Isto acontece de maneira completamente natural, como resultado de unir as qualidades opostas dos seus amigos dentro dela. Juntos, eles formam um desejo comum que se torna a plataforma sobre a qual ela sente um novo mundo integral, enquanto ao mesmo tempo ela mesma se torna um vaso integral, um órgão de percepção.

Uma pessoa já entende que o mundo não existe externamente. Mas quando ela começa a ver a dependência total do mundo dela, uma mudança psicológica ocorre nela.

Todavia, o mundo até antes disso já dependia dela. É só que ela estava imersa no seu individualismo e não conseguia percepcionar a realidade como alguma coisa senão existindo fora dela. Contudo, esta era uma imagem falsa do mundo.

Agora, tendo saído do seu individualismo para a percepção integral do mundo, ela entende que tudo era desse jeito no passado também e a percepção ocorre somente desta maneira. Nós percepcionamos o mundo dentro de nós, nas nossas qualidades. Sob a influência da sociedade ou do meio ambiente, nós ganhamos as habilidades para mudarmos estas qualidades, para de algum modo as alterarmos. Agora a pessoa não vê o mundo somente através da qualidade que lhe parecia ser a sua, mas também através de todas as outras qualidades externas, que agora ela percepciona serem as suas.

Se pegarmos numa criança, em contraste com um adulto que tem uma carga de impressões e percepções da sua vida anterior e a isolarmos completamente, a criança sentirá o mundo dentro dela. Tudo depende das impressões que a pessoa recebe durante a sua vida.

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