Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Feedback sobre o artigo do New York Times, “O Que Nós Judeus Devemos Ao Mundo”

Recebi numerosos comentários via email aos meus artigos do The New York Times, “Quem é Você, Povo de Israel?” e o último “O Que Nós Judeus Devemos ao Mundo.” Fico deleitado que estes artigos tenham tocado em tantos de vós e darei o meu melhor para responder a todos vós. Por favor deixem vossos comentários e pensamentos aqui e ficarei mais que feliz em responder a todos eles.

The full text of the article:

O Que Os Judeus Devem ao Mundo

Comprando Nosso Próprio Céu

O dia mais sagrado do ano para os judeus é o Yom Kippur (Dia do Perdão), quando eles jejuar e oram. Uma parte essencial da oração é ler o livro do profeta Jonas. Curiosamente, muitos judeus praticantes acreditam que comprar o privilégio de ler o livro vai torná-los bem-sucedidos para o resto do ano.

Naturalmente, apenas os mais ricos na comunidade podem se dar ao luxo de competir por isso. As quantias variam de acordo com a riqueza da comunidade, e em alguns casos, o privilégio é vendido por bem mais do que meio milhão de dólares.

Decifrando o Código

O que as pessoas não estão cientes, no entanto, é a verdadeira razão pela qual o livro de Jonas é tão importante. Os Cabalistas determinaram que essa leitura é a mais importante do ano, porque ela detalha o código para salvar a humanidade, e isso, aos olhos dos Cabalistas, é mais importante do que qualquer coisa.

A história de Jonas é especial porque fala de um profeta que primeiro tentou se esquivar de sua missão, mas finalmente se arrependeu. Outro aspecto especial da história de Jonas é que a sua missão não era para advertir o povo de Israel, mas para salvar a cidade de Nínive, cujos moradores não eram judeus. À luz do atual estado precário do mundo, nós devemos dar uma olhada mais atenta nesta história e o seu significado para cada um de nós.

Tome Jeito ou Saia Daqui

Deus ordena Jonas a dizer ao povo de Nínive, cujos habitantes se tornaram muito maus uns aos outros, para corrigir as relações entre si se quisessem sobreviver. No entanto, Jonas caiu fora de sua missão e foi para o mar, num esforço de escapar da ordem de Deus.

Como Jonas, nós judeus temos fugido de nossa missão nos últimos 2000 anos. No entanto, não podemos nos dar ao luxo de continuar evitando-a. Nós temos uma tarefa que foi passada para nós quando Abraão nos uniu numa nação baseada no amor ao próximo, e é nosso dever dar o exemplo de unidade para o resto do mundo. Abraão queria unir toda a humanidade, mas na época ele só conseguiu estabelecer um pequeno grupo. (Para saber mais sobre isso, veja o meu artigo, “Quem É Você, Povo de Israel”, publicado dia 20 de setembro de 2014, no The New York Times).

Esse grupo, ou seja, o povo de Israel, ainda deve se tornar um modelo para o mundo. Rav Avraham Itzhak HaCohen Kook (o Raiah), o primeiro rabino-chefe de Israel, coloca isso poeticamente em seu livro, Orot Kodesh (Luzes Sagradas), “Visto que fomos arruinados pelo ódio infundado, e o mundo foi arruinado conosco, vamos ser reconstruídos pelo amor infundado, e o mundo será reconstruído conosco”.

Dormindo no meio da Tempestade

Na história, a fuga de Jonas de sua missão através do navio fez o mar rugir e quase afundou o navio. No auge da tempestade, Jonas foi dormir, desprendo-se do tumulto e deixando os marinheiros se defenderem sozinhos. Aos poucos, eles começaram a suspeitar que alguém entre eles foi a causa da tempestade. Eles tiraram a sorte e descobriram que era Jonas, o único judeu a bordo.

De muitas maneiras, o mundo de hoje é semelhante ao navio de Jonas: ele se tornou uma aldeia global, como se todos nós estivéssemos no mesmo barco, e o mar que nos rodeia está furioso. E os marinheiros – toda a humanidade- estão culpando os judeus a bordo por todos os seus problemas.

Como Jonas, nós estamos dormindo. Embora nós estejamos começando a despertar para a existência do ódio contra nós, ainda temos que perceber que não realizar a nossa missão, assim como Jonas, é a razão para o ódio. Se não acordarmos logo, os marinheiros nos lançarão ao mar, como fizeram com Jonas. Nas palavras do Rav Yehuda Ashlag, autor do Comentário Sulam (Escada) sobre O Livro do Zohar: “Cabe a nação de Israel qualificar a si mesma e o resto das pessoas no mundo… evoluir para assumir este trabalho sublime de “amor ao próximo” (“O Arvut” [Garantia Mútua]).

Chamado para Despertar

Os marinheiros no barco de Jonas fazem uma tentativa desesperada de acalmar o mar, e por ordem de Jonas, o jogam ao mar. Uma vez que ele está na água, a tempestade se acalma, mas uma baleia vem e engole Jonas. Durante três dias e três noites, ele faz uma introspecção em seu abdômen. Ele implora por sua vida e promete realizar a sua missão.

Como Jonas, cada um de nós carrega internamente algo que está atiçando o mundo. Nós, o povo de Israel, carregamos um método para alcançar a paz através da conexão. A unidade é a própria raiz do nosso ser. Este DNA é o que nos torna um povo, e hoje é preciso reacendê-lo, porque onde quer que vamos, esse poder inexplorado está desestabilizando o mundo à nossa volta, para nos obrigar a unir.

A unidade entre nós vai inspirar, mesmo obrigar, o resto das nações a seguir o exemplo, assim como a separação vigente entre nós projeta a separação de toda a humanidade. Esta é a razão para todos os nossos problemas, incluindo o anti-semitismo. Quando nos unirmos, vai dotar a humanidade com a energia necessária para alcançar a unidade em todo o mundo, onde todas as pessoas vivem “como um homem com um coração”. Assim, a única questão é se nós assumimos nossa responsabilidade, ou preferimos ser jogados ao mar, apenas para acordar posteriormente para realizar nossa tarefa.

Na verdade, se quisermos acabar com os nossos problemas e nos livrar do antissemitismo, se quisermos transformar o julgamento em misericórdia e ter uma vida segura e feliz, temos que nos unir e, assim, dar um exemplo de unidade para todas as nações. É assim que vamos trazer paz e tranquilidade ao mundo. Caso contrário, o ódio das nações em nossa direção vai continuar crescendo. Agora nós podemos ver por que as pessoas estão dispostas a pagar muito para ter o privilégio de ler o livro de Jonas no Yom Kippur.

Eu gostaria de concluir este ensaio com outra citação do Rav Kook (o Raiah): “Qualquer turbulência no mundo vem apenas para Israel. Agora nós somos chamados a realizar uma grande tarefa de bom grado e conscientemente: construir a nós mesmos e todo o mundo arruinado junto conosco”(Igrot [Cartas]).

Michael Laitman é um Professor de Ontologia, um PhD em Filosofia e Cabala e um MSc em Bio-Cibernética da Medicina. Ele foi o principal discípulo e assistente pessoal de Rav Baruch Ashlag (o RABASH). Prof. Laitman escreveu mais de 40 livros, traduzidos em dezenas de idiomas e é um orador procurado. Para mais informação sobre Michael Laitman, visite: michaellaitman.com.

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