Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Fascismo paira sobre os EUA — e são más notícias para os Judeus

A Estátua da Liberdade submersa (ilustrativo). (crédito da foto:Courtesy)

Desde há vários anos, a América tem estado num caminho na direcção da autocracia. Se não impedido em breve, acabará no fascismo ou até no Nazismo. Quando isto acontece, os Judeus, como sempre, vão sair esquentados e atrocidades que julgávamos terem desaparecido para sempre podem ocorrer de novo.

A presente campanha eleitoral tem estado carregada de ira, xenofobia, antissemitismo e descaradas afirmações anti-democratas. Pior ainda, os candidatos que estão a usar este tipo de retórica estão a ter sucesso além das expectativas de todos, excepto, talvez, das suas. Como Andrew Sullivan da New York Magazine escreveu, isto nos diz quea “América nunca esteve tão madura para a tirania.”

Até há tanto tempo como 24 séculos atrás, Sócrates sabia que a “Tirania é provavelmente estabelecida a partir de não outro regime senão a democracia.” No fim dos anos 40 e começo dos anos 50 o pai de meu professor, o venerado Rav Yehuda Ashlag, argumentou que essa transição da democracia para a tirania não é uma opção. No jornal, A Nação, ele defendeu que “quando quer que o governo democrata for arruinado, um regime fascista, Nazi o vai herdar.”

Um Solo Fértil para a Tirania

Na sua face, a palavra chave nesta campanha eleitoral é “protesto.” As dificuldades diárias debilitantes e desmoralizadoras do povo estão a empurrá-los para saírem do familiar em busca de soluções rápidas. Muitos deles estão tão desiludidos com o presente governo que adoptaram a abordagem qualquer-coisa-menos-aquilo-que-temos-agora. Este é um caminho traiçoeiro, mas a menos que entendamos suas causas não seremos capazes de o mudar.

Há apenas algumas décadas atrás ainda éramos muito optimistas. É claro, não haviam problemas, mas a atmosfera prevalecente era que as “coisas ficarão bem.” Acreditávamos que a vida se tornaria mais fácil e feliz no terceiro milénio. Sonhámos num “novo Médio-Oriente” e nunca imaginámos que o antissemitismo levantaria sua feia cabeça novamente, certamente não na América.

Mas nós não tomámos a natureza humana em consideração. Esquecemos aquilo que nossa Torá nos diz, que yétzer haráh (inclinação do mal) rasteja à porta, se plantando a si mesma nos nossos corações até antes de respirarmos pela primeira vez.

Em toda a realidade, somente o homem nasce com uma inclinação do mal, desta forma tikun olam (correcção do mundo) se refere somente à nossa natureza. Por causa de nossa yétzer, todas nossas éticas, sistemas de governo e métodos de educação procuram alcançar uma meta: dominar nossa inclinação.

Um regime dura somente enquanto ele conseguir conter o egocentrismo inerente das pessoas. Quando não o consegue fazer, a revolução ocorre e um novo regime aparece — um que consegue equilibrar nossa inclinação do mal com nossa necessidade de manter uma sociedade estável.

O problema é que nossos egos continuam a crescer. Agora ele se encontra num ponto que os psicólogos Twenge e Campbell descrevem como “uma epidemia de narcisismo.” Ainda pior, eles continuam, “o crescimento do narcisismo está a acelerar”!

Quando uma sociedade adopta uma cultura de egomania e alienação ela torna-se imparável. Os poucos bem sucedidos se tornarão governantes e todos os outros se tornarão súbditos — a clássica estrutura de um país de terceiro mundo. Daí para a frente a estrada está pavimentada para a autocracia e fascismo. A escandalosa desigualdade de ordenados, gradual negação dos direitos humanos, o pessimismo domina o país, todos fazem o solo perfeito para o surgimento do primeiro tirano da América.

Os Judeus Pagarão o Preço (ou Não)

Quando a América se tornar fascista, ela o culpará nos Judeus. Junte isto ao antissemitismo que os refugiados Muçulmanos estão a “importar” graças à política de Obama de “porta aberta” e tem a receita para um desastre para os Judeus, a menos que se apressem.

E neste caso, é mais fácil se apressar do que pensamos. Tudo o que os Judeus precisam é uns dos outros.

Enquanto Israelita que observa aquilo que acontece à Judiaria Americana, dói-me ver a hostilidade entre denominações, desintegração de comunidades e o afastamento dos jovens das suas raízes. Não significa que a situação em Israel seja melhor, mas tal como temo pela união dentro de Israel, temo pela união da Judiaria Americana e seus laços com Israel.

Escrevi extensamente sobre a soberana importância da união para o nosso povo. É com uma boa razão que nosso credo apresentou o mundo ao princípio, “Ame seu próximo como a si mesmo.” É ainda mais típico de nós determinarmos, como fez Rabbi Akiva, que esta é a klal (todo) da Torá.

A longo prazo, nenhuma democracia consegue escapar ao fado da tirania senão através do amor pelos outros, ou como Rav Ashlag o colocou, “É possível desestabilizar os Nazis somente através do altruísmo.” Quando falamos de tikun olam, fraternidade é o único tikun que precisamos de trazer. Não há cura para a epidemia de narcisismo senão através da implementação das duas regras: “aquilo que odeias, não faças ao teu amigo,” e “ama teu próximo como a ti mesmo.” Quando dermos um exemplo desta união especial, ganharemos o favor das nações, pois elas serão capazes de fazer o mesmo. Mas se estagnarmos, elas nos odiarão por isso e pagaremos o preço.

Muitas nações cultivaram a fraternidade. Toda a equipe de desporto sabe que para vencer eles se têm de unir. Mas a fraternidade que os Judeus desenvolveram na antiguidade era diferente: para eles a própria fraternidade era a meta, eles descobriram o poder que equilibra a egomania que devora nosso mundo.

Nossa Singularidade

Ser “uma luz para as nações” não se trata de desenvolver tecnologias avançadas, ou de serem grandes realizadores ou cientistas inovadores. Trata-se de ser um exemplo desse tipo especial de união, que produz o poder para dominar o ego e o usar para construir uma sociedade próspera, em vez do gigante fanfarrão que nossos egos se tornaram.

Os antigos Judeus não suprimiram seus egos. Eles sabiam que isto não se conseguiria fazer. Em vez disso, eles praticaram o conselho do mais sábio de todos os homens, Rei Salomão (Provérbios, 10:12): “Ódio incita a contenda e o amor cobre todos os crimes.” Desta maneira, eles realizaram seu completo potencial, todavia permanecendo unidos. O ego, que crescia neles tal como crescia em todas as outras nações, se tornou um trampolim para união aumentada e maior força, em vez de os fazer dispersar. Este era o segulá (cura) que os Judeus haviam cultivado na antiguidade e que eles perderam quando caíram no ódio infundado.

O Poder de Nossa União

Numerosas vezes nos foi prometido que quando nos unirmos, nenhum mal virá até nós. Numerosas vezes nos esquecemos disso. Numerosas vezes nos foi dito que quando Israel se amam uns aos outros, o mundo os ama. Numerosas vezes recusámos o testar.

Agora o mundo precisa de nosso amor de uns pelos outros. Ele precisa que desenvolvamos um laço especial que em tempos tivemos, para que o possamos compartilhar com o mundo. Quando mais o apagarmos e tentarmos mitigar a ira para nós de alguma outra maneira, mais a ira das nações vai aumentar. Se esperarmos demasiado será tarde demais para voltar atrás. Nós temos de o fazer agora — pelo mundo, pelos nossos filhos, por nós mesmos.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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