Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

A Conexão Entre Nós Mantém-nos Em Segurança

Ó Povo de Israel

Estes dias são dias de provação para Israel — enquanto nação e enquanto povo. E dias de provação são uma oportunidade para a reflexão sobre a essência da nossa nação.

A sobrevivência do povo de Israel sempre foi dependente da sua união. Desta forma, agora, mais que nunca, nos devemos unir. Se reacendermos o amor entre nós, vamos nos proteger melhor que qualquer “Cúpula de Ferro” alguma vez protegerá. Além do mais, a união, continuará a nos proteger até se a tempestade passar, nos dotando com paz interior e o favor das nações.
A Menor de Todas as Nações

Nós somos um povo pequeno e gostemos ou não, aquilo que acontece a nossos semelhantes Hebreus nos afecta a todos. É isto o que nos obriga a assistir às notícias tão frequentemente, ou a continuar a ver os títulos das manchetes, especialmente a respeito de Israel.

Em tais tempos de provação devemos abraçar e nos apoiar uns aos outros e manter a esperança. Mas além da campanha militar que parece dividir nossa nação e a rasgar por dentro, outra, mais grave luta vem a caminho — a luta pela nossa união. Esta e nenhuma outra, determinará o destino da campanha que tem enfurecido não só em Gaza, mas certamente o mundo inteiro.
A Conexão entre Nós Mantém-nos Em Segurança

Pouco antes das FDI (Forças de Defesa de Israel) terem começado sua campanha terrestre em Gaza, o Hamás publicou uma canção destinada a debilitar a moral das pessoas. Uma certa linha nessa canção merece especial atenção: “Os corações dos Sionistas cada um se vira para uma direcção diferente, não há dois iguais.”

Há uma boa razão pela qual o Hamás louva a separação no nosso meio. Quando estamos desunidos, somos fracos. Mas quando estamos unidos, uma cobertura protectora se espalha sobre nós.

Desta forma, a responsabilidade encontra-se em nós. Um quilo de separação entre nós soma toneladas de ódio para nós, enquanto um milímetro de marchar em direcção uns dos outros aproxima todas as nações quilómetros de nós e uns dos outros.

Há cerca de dois séculos atrás, Rabbi Kalman HaLevi escreveu no seu livro, Maor VaShemesh (Luz e Sol): “Nossa principal defesa contra a calamidade é o amor e união.” Colocando-o diferentemente, garantia mútua é o segredo do nosso poder. A conexão entre nós nos mantém a todos em segurança.
Por Quê União?

A história da recente guerra em Gaza e de facto de todas nossas guerras, é a história da nossa identidade e a força que nos tem sustentado — ao povo de Israel — durante milénios. Se queremos impedir o derramamento de sangue de uma vez por todas, precisamos de pausar e reflectir sobre esta história.
O Poder da Nação de Israel

O povo de Israel foi originado na antiga Babilónia. Ele foi formado a partir de tribos Babilónias na Mesopotâmia há mais de 4000 anos atrás. Abraão (o patriarca) reuniu ao seu redor pessoas de entre os residentes da Babilónia e lhes disse o que ele havia pensado. Na altura, a Babilónia estava dividida e seus residentes em constantes conflitos uns com os outros. A história Bíblica fala de pessoas se tornarem alienadas umas das outras por falta de entendimento mútuo.

Abraão lhes falou sobre a união da Natureza na qual todos vivemos e sobre um sentido de amor interminável que preenche todos aqueles que o percepcionam. “Milhares e miríades se reuniram nele e ele implantou esse grande princípio nos seus corações,” escreve o Maimónides sobre Abraão em Mishné Torá.

Assim, o povo de Ysrael (Israel) nasceu, uma nação que se direcciona Yashar El (direito ao Criador). Desta forma vemos que a origem da nação Israelita não é biológica ou geográfica, como é o caso com as outras nações. Em vez disso, ela é uma ideia. No coração do nosso povo há amor que tem sido o adesivo que nos manteve juntos todos esses séculos.
O Povo de Israel Escolheu a Vida

No tempo de Moisés, éramos já um povo — o povo de Israel. Moisés incorpora a fase na qual nos foi dada uma missão. Embora esse termo seja algo do qual prontamente abdicaríamos — junto com a própria missão — a realidade comprova sua inevitabilidade. No pé do Monte Sinai nos foi exigido tomar uma escolha que nos acompanhou desde então: Nos unirmos, como um homem com um coração, ou aqui será nosso lugar de enterro.

Então o povo de Israel escolheu a vida — eles escolheram a união. “E Israel lá acamparam, perante a montanha” (Êxodo, 19:2), e RASHI interpreta, “Como um homem com um coração.”

A Missão — Espalhar União e Amor pelo Mundo

Nós, Judeus, somos os descendentes do grupo de Abraão, que se tornou uma nação debaixo da orientação de Moisés no pé do Monte Sinai. Havíamos tido sucesso em implementar o método de conexão sobre nós mesmos, superando cada julgamento e provação no caminho. Por esta razão, agora devemos ser aqueles que o implementam sobre nós mesmos novamente e subsequentemente ensinamos ao resto da humanidade como construir tal sociedade.

Todavia, constantemente o evitamos. Nós falamos de união, mas falhamos levar a cabo nosso dever. Mas devemos ainda assim nos unir e eventualmente alcançar a derradeira expressão de união de Rabbi Akiva: “Ama teu próximo como a ti mesmo.”

Certamente, não estamos sequer perto de onde deveríamos estar — estando à altura dos títulos de “povo virtuoso” ou “uma luz para as nações.” Mas não podemos evitar nosso destino. Devemos nos unir e apresentar um exemplo de união para o mundo.

União — Nossa “Cúpula de Ferro”

O povo de Israel conheceu tempos de união e sucesso e tempos de disputa e amargos fracassos. E o último (e mais longo) exílio foi e ainda é, um exílio do nosso amor fraterno. Certamente, está escrito em todos os nossos escritos antigos que o Templo foi arruinado devido ao ódio infundado. E independentemente de nosso lugar de habitação, enquanto permanecermos em ódio, somos para sempre expatriados.

Enquanto somos odiosos uns para os outros, permanecemos o exemplo oposto daquele que devíamos ser. Em vez de sermos um modelo exemplar de união, caímos para o abismo do conflito. Nos unimos somente em tempos de apuros, como nozes atadas dentro de um saco. Mas quando a ameaça desaparece, rapidamente retomamos nosso anterior desencantamento uns dos outros. Até que o próximo golpe ataque.
Nosso Destino Espera Ainda

O ódio inexplicável e irracional que tantos não-Judeus sentem com o som das palavras “Judeu” ou “Israel” é um lembrete de nossa inevitável missão. Embora eles estejam inconscientes disso, os Antissemitas estão na realidade a exigir que levemos a cabo nosso papel. Bem no fundo, eles sentem que seguramos a chave para o seu bom futuro, então faz perfeito sentido para eles nos culparem de todas suas aflições.
O Mundo Está Contra Nós, ou Será Que Não Está?

Nos nossos dias, em que muitos países se encontram firmemente por trás do Hamás, parece que o mundo inteiro está contra nós. Mas em vez de questionarmos por que eles nos odeiam, devemos prestar atenção ao que eles estão a dizer.

Muitos não-Judeus sentem que seu destino está atado ao nosso. Eles juram que nós somos a causa para toda aflição e infortúnio no mundo. Eles acreditam que se ao menos mudarmos nossas condutas para o melhor (restabelecendo nossa união), tudo estaria bem. Henry Ford, fundador da Ford Motor Company e o mais famoso Antissemita de todos os tempos, escreveu no seu livro, O Judeu Internacional — o Principal Problema do Mundo: “A sociedade tem uma grande reivindicação contra ele [o Judeu internacional] … que ele cesse de explorar o mundo … e que ele comece a concretizar … a antiga profecia que através dele todas as nações da terra sejam abençoadas.”

O Centro do Mundo

Ao nos unirmos, fazemos o mundo se unir. E assim, o poder e abundância que desfrutamos quando estamos unidos começa a fluir para eles, também. Ao mesmo tempo, separação entre nós os separa, também, impedindo o fluxo de abundância e poder e conduzindo o mundo para a guerra e ódio. É isto o que faz da nossa união tão vital para o mundo.

Uma Luz para as Nações

Não se consegue exagerar na responsabilidade histórica que carregamos. Nós somos responsáveis pela nossa união enquanto nação. Devemos abrir nossos corações uns para os outros, pois esta é a única maneira em que conseguimos nos manter uns aos outros, nossa nação e o mundo inteiro em segurança.

Nos foi dada uma chance de nos unirmos “como um homem com um coração,” para vivermos em paz entre nós e com o mundo e para ganhar o favor do mundo. Não podemos deixar passar esta janela de oportunidade. Se nos conseguirmos unir e assumirmos a tarefa de amarmos nossos próximos como a nós mesmos, ou sequer nos direccionarmos a isso, seremos inatacáveis.
Levar A Cabo a União

Nossas vidas consistem de círculos — família, amigos, colegas, etc. Faça simplesmente uma lista de pessoas e convide-as para uma reunião amigável. Sentem-se juntos num círculo e comecem a falar sobre conexões, sobre as vossas conexões.

Você pode falar sobre como manter a união nas povo a toda a hora, em vez de somente quando as dificuldades aparecem, ou sobre como se pode ser de coração mais aberto e se preocuparem verdadeiramente uns com os outros. De facto, você pode falar sobre o que você quiser, desde que mantenha certas regras.
Sabedoria do Circulo

Durante a discussão tente seguir três regras:

– Todos são iguais: a visão de ninguém é mais importante que a do próximo.
– Não há interrupções: só uma pessoa fala de cada vez e essa pessoa é escutada (dentro de um tempo razoável, tal como um minuto).
– Não há discussões: nós não contradizemos as palavras uns dos outros, só acrescentamos ao que os outros disseram.

A discussão deve fluir calmamente de um orador para o próximo. Passado um pouco você começará a sentir o calor a se espalhar entre vocês, vos conectando. Com isso, você vai descobrir a sabedoria da conexão — a mesma sabedoria debaixo da qual nascemos como nação.

Se construirmos estas conexões “circulares” entre nós vamos ganhar o favor da Natureza e nos será concedida segurança e sucesso.

Publicado originalmente no LinkedIn

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