Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Israel Deve Ser o Símbolo da Paz Que o Mundo Espera

Crédito: Embaixada Americana de Tel Avive

 

Setenta anos após a declaração da independência de Israel garantem um olhar profundo ao nosso presente estado. Especialmente dado que no começo desta semana um presidente americano subitamente se sentiu obrigado a fazer uma declaração reconhecendo o direito à existência de Israel.

“Continuou indefinidamente, durante muitos momentos enervantes dessa noite de inverno de 1947. Finalmente o anunciante americano rompeu o silêncio com a sua declaração: 33 em favor, 13 contra, a resolução foi aprovada. O estado de Israel foi declarado. Depois veio a dança e as lágrimas e as bandeiras apareceram. Carros buzinaram tão alto quanto podiam e os sons dos Shofarot soaram de todas as sinagogas… Meu pai me disse enquanto deambulávamos entre os círculos de dançarinos, ‘Olha bem para isto meu filho, pois nunca te esquecerás desta noite enquanto viveres e contarás aos teus filhos e netos sobre ela muito depois de termos partido.'”

Amos Oz, Um Conto de Amor e Trevas

Certamente nunca esquecemos essa noite. Algures nos corredores da memória colectiva de Israel, essas saudações de ânimo e explosões de cantoria espontânea ainda podem ser escutadas, como um lembrete irritante que não foi apenas um sonho. Durante um breve momentos experimentamos o que significa verdadeiramente estarmos juntos, unificados como um.

Setenta anos de guerras intermináveis, lutas internas e a busca esgotante pelo nosso caminho, faz-o parar e questionar por vezes, se esses eventos realmente alguma vez aconteceram. Por um lado, não podemos descartar nossas concretizações. Nós temos uma bandeira e um hino, uma companhia da electricidade, um aeroporto, um exército, uma indústria de alta tecnologia próspera e rica cultura. Há muito de que nos orgulharmos.

Mas imagine se pudessemos pegar em todas as esperanças e sonhos do fundo dos corações daquelas pessoas dançantes e as derramassemos na mesa face à nossa presente vida no estado de Israel; Se fizermos uma dura observação e formos honestos para nós mesmos, será que algumas dessas aspirações que tivemos se tornaram realidade? Será que resultamos do jeito que esperavamos, um povo unificado, independente e livre na nossa própria terra? Será que as Nações Unidas votariam do mesmo jeito se hoje votassem de novo?

APRENDEMOS ALGUMA COISA DO NOSSO EXÍLIO?

A diferença entre os sonhos do passado e a realidade de hoje é inegável. Algures no caminho, devemos ter falhado algo importante. Regressamos à terra dos nossos antepassados depois de dois mil anos de exílio e tentamos criar uma versão dos dias modernos da cultura hebraica, mas não se aproxima sequer.

Em certo ponto as mãos que em tempos se seguraram firmes umas às outras começaram a perder a sua força e até a puxarem na sua própria direcção. Setenta anos passaram e ainda não descobrimos uma fórmula tornar para essa sensação fugidia de união numa experiência duradoura.

Com todo o devido respeito às Nações Unidas, a justificação para o estado de Israel data de há muito, do tempo em que Abraão o patriarca reunira discípulos na antiga Babilónia que procuravam a origem da vida. Juntos eles descobriram o método para se elevarem acima do seu ego e cultivarem preocupação recíproca genuína de uns pelos outros. O grupo cresceu até que finalmente se tornou uma nação, a nação de Israel que habitou a sua dada terra sob a base de “ama teu próximo como a ti mesmo.”

Desde então, nossa obrigação espiritual e moral sempre foi “sermos uma luz para as nações” e servirmos como exemplo positivo para o mundo. Essa é a única exigência para a nossa existência enquanto nação bem como para com a terra sobre a qual residimos.

O POVO ESCOLHIDO TEM UMA MISSÃO ESPIRITUAL

Os longos anos do exílio nos fez esquecer que temos uma missão espiritual. Mas perto do final do século 19 uma mudança fatídica tomou lugar e o povo judeu começou novamente a desejar regressar à sua terra e construir um estado independente. Foi precisamente neste tempo que o método de Abraão começou a ressurgir como “a sabedoria autêntica da Cabala.” Com este novo rumo dos acontecimentos, Baal Hasulam e Rav Kook, dois dos maiores Cabalistas do século 20, declaram que nossa independência externa depende directamente de alcançarmos nossa independência espiritual:

“Enquanto não elevarmos nosso propósito acima das nossas vidas corpóreas” escreveu Baal Hasulam no seu artigo “Exílio e Redenção,” não teremos um renascimento corpóreo, pois nós somos o povo do ideal”.

Estando os olhos do mundo colocados sobre Jerusalém, a importância do excerto acima torna-se mais relevante que nunca: Israel não pode ser uma sociedade baseada em valores e princípios egoístas, até se parecer ser bem sucedida noutros países. O povo de Israel deve redescobrir a sua fundação de amor recíproco e ser um símbolo da paz para o mundo inteiro.

Em Israel de 2017, a Terra Prometida se tornou a terra do leite, do mel e Coca Cola e automóveis que só buzinam nas ruas depois de um grande triunfo futebolístico ou basquetebolista no estrangeiro.

Todavia, o mundo precisa de um exemplo positivo de união agora mais que nunca no passado. A presente realidade fracturada na sociedade israelita apresenta a oportunidade perfeita para construir uma nova base para nossa vida compartilhada enquanto nação. É hora dos israelitas começarem a dançar à volta do ideal espiritual do amor. Depois, também Jerusalém, poderá ser o farol da paz que tantos à volta do mundo esperam que ela seja.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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