Dr. Michael Laitman Para mudar o Mundo – Mude o Homem

Rosh Ha’Shaná É Uma Oportunidade Para a Mudança

Rosh Ha’Shaná não é apenas o princípio do calendário hebraico, é também um símbolo da renovação. É quando começamos a escrutinar-nos e a determinar como queremos melhorar.

Um crente judeu sopra um Shofar, no Muro das Lamentações antes de Rosh Ha'Shaná

Um crente judeu sopra um Shofar, no Muro das Lamentações antes de Rosh Ha’Shaná. (foto: AMMAR AWAD/REUTERS)

Considerando os desastres pelos quais a América passou no mês passado, parece que Rosh Ha’Shaná não poderia vir em melhor altura. Na realidade, as palavras, Rosh Ha’Shaná, vêm das palavras hebraicas, Rosh ha’Shinui – o princípio da mudança. Podemos somente esperar que a mudança seja para o melhor.

Os feriados judaicos são conhecidos pelas suas delícias culinárias. Mas além da comida e reuniões de família, as festas judias têm profundos significados espirituais. Rosh ha’Shaná não é a penas o começo do calendário hebraico, é também um símbolo de renovação. É quando começamos a nos escrutinar e determinar como queremos melhorar.

Provar da cabeça de um peixe significa querer ser a cabeça e não a cauda. Isto implica que queremos determinar nosso caminho para nós mesmos e não seguir o rebanho cegamente. Comemos sementes de romã e cada semente representa um desejo que descobrimos dentro de nós e que queremos aprender a usar pelo bem dos outros em vez de forma egoísta. A maçã de comemos simboliza o pecado (do egocentrismo), que mitigamos (adoçamos) com mel, novamente simbolizando nosso desejo de aprender a usar até essa tentação primordial de forma altruísta.

O povo de Israel cunhou a frase “Ama teu próximo como a ti mesmo” e em vários graus a implementou até à ruína do Segundo Templo. Todas nossas festas simbolizam marcos no caminho da transformação da inclinação do mal, nomeadamente do egoísmo, para o altruísmo, onde amamos nossos próximos como a nós mesmos.

Nossos sábios nos dizem que a única razão pela qual o Segundo Templo foi arruinado foi o ódio infundado. Isto é, quando o egoísmo assume o controle, nós fracassamos e caimos. Fomos estabelecidos como uma nação somente quando juramos nos unir como “um homem com um coração.” Quando quebramos esse voto, fomos dispersados e exilados.

Não menos importante que nosso voto de sermos como um foi o mandamento que nos foi dado de sermos uma luz para as nações. Mas na ausência do laço entre nós, que luz emitimos? Quando estamos undos e o demonstramos, nos tornamos uma luz para as nações e concretizamos nossa vocação enquanto judeus.

Hoje a desconfiança e alienação prevalecem em todos os níveis da humanidade, desde o interpessoal, social, nacional até ao internacional. Claramente, estamos cada vez mais alienados uns dos outros, o oposto da união e amor fraterno que são tão vitais para a sobrevivência num mundo onde cada um depende de todos os outros.

Quanto mais perseguimos a presente tendência, maior será a pressão que será aplicada sobre os judeus. Bem no fundo, o mundo se lembra que em tempos os judeus sabiam o segredo para a conexão humana adequada. Quando a memória vem à superfície, ela é exprimida como acusações que somos belicistas, manipuladores e semelhantes declamações que se tornaram parte do palavreado anti-judeu.

Embora também nós, estejamos desconectados, somos nós que podemos e devemos reacender nossa união. Podemos ainda estar muito longe disso, mas pelo menos podemos reconhecer a indispensabilidade deste valor injustamente desvalorizado: união.

Portanto, este Rosh Ha’Shaná é uma oportunidade de fazermos dele realmente um Rosh Ha’Shinui, o princípio da mudança. Aqui e agora devemos começar a mudar como nos relacionamos uns com os outros. Enquanto nos reunimos com a família e amigos, devemos fazer questão de nos elevarmos acima das nossas diferenças e encontrarmos a meta comum da união. Quando fazemos isso, os males supracitados não mais serão, uma vez que todos eles derivam de uma e única origem: nossa separação.

Este ano, vamos espalhar algum mel sobre nossa alienação e adoçá-la com cuidado e preocupação de uns pelos outros. Depois das recentes tragédias que a América sofreu, ela certamente necessitaria de alguma preocupação e responsabilidade recíprocas. E realmente, a união é tudo o que precisamos. A união é tudo aquilo que o mundo precisa e é a chave para nossa felicidade duradoura.

Publicado originalmente no The Jerusalem Post

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